Sunday, January 11, 2015

BARATOS QUE DERAM JINGLE QUE DÁ BARATOS

Boa a inciativa da loja Baratos Afins de colocar no Youtube - e num belo toca-discos - um vídeo (clique aqui para ver) do "jingle-punk" que fiz para ela (espontaneamente, não a seu pedido) em 1979.


Trata-se de um compacto de acetato em 45 RPM, e o outro lado foi outro "jingle-punk", para outra loja de discos novos e usados, a Woodstock. Este foi meu primeiro lançamento totalmente paulistano, na concepção, ambiente (composto e gravado quando voltei a morar em São Paulo, em 1979, após dez anos morando em Sorocaba) e temática: dois sebos da cidade. E parece que estes "jingles-punk" deram sorte, pois estas lojas são duas das pouquíssimas a sobreviverem desde os anos 1970 até hoje... A tiragem foi de nada menos que duas cópias, e Luiz Calanca digitalizou a dele; neste vídeo foi incluído o encarte original. 

Este compacto teve meu último resquício de sorocabismo: compus e gravei as duas faixas já morando em Sampa, mas até o fim de 1979 ainda fiz algumas viagens a Sorocaba, uma delas para gravar estes acetatos, na firma N. N. Publicidade, onde ficavam o primeiro estúdio de gravação e primeira máquina de corte de acetato que vi na vida. Gravei as faixas em estéreo bem primitivo (eu usava dois gravadores cassete, um mono e um estéreo), mas a N. N. só cortava acetatos em mono; tenho ainda as matrizes, e para meu primeiro "LP" - ou seja, lançamento com mais de duas cópias - , a fita cassete Brega's Banquet, em 1984, aproveitei "Woodstock" (que pode ser ouvida aqui) mas regravei "Baratos Afins" (esta nova gravação pode ser conferida aqui). 

E este compacto foi meu segundo nessa linha; em 1978 eu, ainda morando em Sorocaba mas tentando cursar Engenharia em São Paulo no Mackenzie, fiz, ainda como integrante da banda Trânsito Maluco de Marte (uma longa história que ainda contarei aqui), também sobre dois sebos paulistanos (o Wop-Bop e o Grilo Falante) e do qual também foram feitas apenas duas cópias, uma em meu poder e a outra com Marco Zappa, também integrante do TMM.

Tuesday, January 06, 2015

AUTO-REFERÊNCIA AQUI EU POSSO: RETROSPECTIVA PESSOAL 2014

Realmente, uma boa hora para se iniciar uma retrospectiva de 2014 é o anoitecer do primeiro dia de 2015, bem longe daquela pressa de sair publicando retrospectiva quando novembro mal ou nem acabou. E precisei de cinco dias para escrever, pois 2014 foi um ano bom e produtivo, geralmente fazendo jus aos votos de “feliz ano novo” que ouvimos. Vejamos:

RETRATO DO ARTISTA QUANDO VELHO

Em dezembro de 1984, durante meu afastamento do Língua de Trapo, lancei oficialmente minha carreira-solo, com a fita cassete Brega’s Banquet; o quase-sucesso veio em 1985-6, com mais fitas (Brega Segundo Brega, Sexo, Leite & Brega; O Melhor Que Péssimo De Ayrton Mugnaini Jr.) e composições minhas em shows e/ou discos do Língua, O Espírito Da Coisa, Maria Angélica Não Mora Mais Aqui e outros. Desde então faço ocasionais shows-solo, preferencialmente com banda, e agora em 2014 fiz dois, um no sarau Sopa de Letrinhas em agosto (aqui vai uma breve amostra em vídeoe outro no Boa Breja (belo restaurante-bar-espaço-para-música-ao-vivo na Mooca, vale conhecer) em dezembro. Como se diz, só quem sabe obedecer aprende a comandar, e após anos como “sideman” mereço ter momentos como “band-leader” além de músico e arranjador. Em 2015 tem mais.


Meus primeiros shows solo com banda foram lá em 1992, e a formação incluiu Kim Kehl na guitarra, Jovaldo Guimarães ao saxofone e, à bateria, Serginho Gambale e, mais tarde, Vande Mano. A formação atual inclui Marcos Mamuth na guitarra e Laércio Muniz na bateria (também integrante da ARBanda). E novamente agi como o Sócrates filósofo “corruptor da juventude”: Mamuth, assim como Kehl, chegou, graças a mim, a ir além do rock e blues onde se notabilizou e tocar também samba, xote, valsa e outros ritmos e gêneros de que nem imaginava ser capaz...

A VIDA SÃO VÁRIAS CANÇÕES CURTAS (pedindo licença a Ian Anderson)

De mim Chrissie Hynde não poderia reclamar em 2014. Para quem não entendeu: um diz Jim Kerr perguntou a ela “o quê tu compuseste hoje?” e ela, pega de surpresa, respondeu “eu nada, por quê?” e ele esclareceu “É que vi no teu passaporte ‘profissão: compositora’...” Pois bem, eu, compositor de carteirinha da AMAR e membro da diretoria do Caiubi, compus perto de 60 canções este ano, a maioria delas lançada na internet, em minha página do Caiubi ou pelo Soundcloud, e algumas aparecerão em discos meus ou de outros artistas, inclusive os próximos lançamentos de Vera Mendes e Soul Demetrio.

Quase famoso como compositor satírico, arrisquei-me um pouco a canções mais sérias; passei a virada de ano gravando uma toada em homenagem à grande Inezita Barroso, além de lançar em canjas e saraus um samba-choro bem bonitinho e objetivo sobre, vejam só , "Hidratação", com a grande amiga e parceira Vera Mendes. Também musiquei uma letra de Guca "Um Dos Criadores Do Língua De Trapo" Domenico, "São Paulo Que Não Acaba Mais". Mas não perdi o bom humor desgarrado pelo que sou quase famoso, como atestam cançonetas como "A Flautista Estudante" e "Tintureiro Apaixonado".

E minha amiga Fabiana Viana até se diverte ao contar que tem 5 mil almas amigas no Facebook mas, tendo concorrido a deputada federal, conseguiu apenas cerca de 1300 votos. Quero crer que alguns se devam a um jingle que fiz para ela... 

"LIVROS ÀS MANCHEIAS" (INCLUINDO NOVA DUPLA DE ESCRITORES PAI E FILHO)

Como escritor, participei do livro 1973, O Ano Que Reinventou A MPB, lançado no início de 2014 e que teve eventos por todo o Brasil, inclusive na Livraria Cultura do Conjunto Nacional em Sampa, com várias outras pessoas participantes do livro, radicadas ou não em Sampa, como Emilio Pacheco, Marcelo Fróes, Mona Gadelha e Tavito.


E em 2014 realizei uma ambição de décadas, graças a Deus e à editora Nova Alexandria: meu primeiro livro sobre nosso rock, intitulado justamente Breve História Do Rock Brasileiro e mais uma façanha relacionada ao Arquivo do Rock Brasileiro, projeto multimeios do qual sou o curador. Em 2014 saíram muitos outros livros sobre o assunto, mas o meu foi um dos poucos a focarem nas origens do gênero, inclusive quando “o rock ainda não era rock”, ou seja, já existia, pelo menos em forma prototípica, antes de receber esse nome – lá eu conto que até Carmen Miranda gravou um proto-rock, e quem não concordar ou tiver curiosidade pode tirar a cisma aqui. Um dos eventos de divulgação do livro foi uma participação (que pode ser conferida aqui) no programa Em Cartaz, da TV Aberta, onde aproveitei para acompanhar ao violão o apresentador Atílio Bari – o segundo apresentador de televisão que transformei em cantor, tendo o primeiro sido Heródoto Barbeiro, a quem acompanhei no cavaquinho quando ele me entrevistou sobre Adoniran Barbosa há alguns anos.

Meu filho Ivo, também grande fã de leitura, tem me acompanhado em todas as Bienais do Livro desde os oito anos de idade. E até a Bienal do ano passado ele não pagava ingresso devido à idade; desta vez ele não pagou por ter se tornado escritor! É que nesse meio tempo a escola em que ele estudava fez um acordo com Ziraldo e ele liberou alguns de seus desenhos para as crianças inventarem histórias baseadas neles, daí cada criança ganhava um livro da história que criou, embora exemplar único. De modo que Ivo pode dizer que se tornou escritor publicado antes de mim, eu comecei aos 35 anos e ele aos dez... (E Mug pai e filho estivemos também ao evento anual Anime Friends, como em todos os anos.)


Continuei pesquisando e garimpando música popular; projetos meus em andamento incluem livros sobre música brasileira e circo, rock brasileiro e religião e rock brasileiro gravado por artistas não do rock até 1965; um de meus achados foi este LP do saudoso roqueiro capixaba Aprigio Lyrio. 


E aqui vai uma imagem de quando dois fãs da música dos Rolling Stones se encontram, no caso Ayrton "Richards" (apelido de quando voltei a morar em Sampa em 1978) e Mauricio "Watts", numa das lojas da rede do famoso Manoel Jorge Dias (aquele que só perde para Zero Freitas em quantidade de LPs amealhados).


O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL

Em 2014 tive a honra de tocar pela primeira vez com pessoas que admiro há tempos, como Fábio Stella, Gereba, Gerson Conrad e Pedro Lua, acompanhando os três primeiros ao contrabaixo e o quarto ao cajón – por sinal, a primeira vez em que toquei tal instrumento num show inteiro. Igualmente histórica (ao menos para mim, claro) foi minha canja numa jam comandada por Kim Kehl, em que dividi a cena com Luiz Domingues – sim, o “ex-Tigueis” de grupos como Língua de Trapo e Chave do Sol; eu e Domingues fizemos parte do Língua em momentos diferentes e fomos nos reunir num palco agora, nesta jam que citei no espaço Magnólia; aí está uma pose, sei que o evento foi filmado e quero rever!


Os outros encontros que acima mencionei deram-se no velho e bom Julinho Clube (passe lá: Rua Mourato Coelho, 585, meio Pinheiros, meio Vila Madalena), onde sempre estou com o Clube Caiubi de Compositores, nos saraus de segunda-feira e no evento bimestral Sopa de Letrinhas, e onde tive também o prazer de tocar com o próprio Julinho Camargo (proprietário do Julinho Clube), o guitarrista Palhinha Cruz do Vale e os bateristas Paulinho Andrade e Véio Drumis, além das pessoas companheiras de sempre, incluindo Aika Shimada, Alvaro Cueva, Bia Clamente, Bráu Mendonça, Célia Demezio, Cris Gambale, Di Melo, Ibis Maceioh, Kana de Brasil, Márcio Policastro, Marcos Mamuth, Nando Távora, Ozi Stafuzza,  Raquel Martins,  Renata Pizi, Sonekka, Suzzy Mellody. Tato Fischer e Vlado Lima. Sem falar na “invasão caiubista” no clube literário Hussardos, quando o letrista e meu parceiro Léo Nogueira lançou seu primeiro romance, Filho Da Preta, e convidou a caiubada para a parte musical; lá fomos eu e uma turma que incluiu boa parte das pessoas citadas acima e Adolar Marin, Daniel & Lu, Elio Camalle (radicado na França e de passagem pelo Brasil), Fernando Cavalieri e Kleber Albuquerque.

Tive também o prazer de tocar em outros locais além do Caiubi e eventos parentes ou amigos como o Sarau da Maria (realizado no bairro de Vila Maria) e O Autor na Praça. Além de tocar pela primeira vez neste milênio com o velho amigo, irmão e parceiro Kim Kehl, na jam de blues que citei acima, foi igualmente bom voltar a gravar com o velho e bom Trinkão, no novo disco do amigo Demetrio, a sair em 2015. Outra pessoa amiga, irmã e parceira que reapareceu foi a cantora e multi-instrumentista Edria Barbieri, com quem participei de um show do projeto O Autor Na Praça em homenagem a Elis Regina – Edria me confiou a missão de conseguir uma aproximação da linha de baixo de Luizão Maia em “Conversando No Bar”, e consegui.


Outro belo reencontro foi com a amiga e cantora Graziela Sanchez e seu mano Rodrigo num sarau de samba e choro semanal num bar na esquina da Fortunato com a Frederico Abranches, perto do Largo de Santa Cecília.

Além do cajón, mostrei minha veia de percussionista em minha primeira participação no Bloco Da Mata Que Resta, bloco carnavalesco de rua que se reúne todos os anos em Cotia; participei junto com meu filho e a mãe dele, que moram na região. Nesta foto não estou muito difícil de se ver, com direito a coroa de rei providenciada por meu filho - que aparece mais para o meio da foto, de roupa preta, com a mãe, de camiseta branca. (Uma opinião interessante e abalizada sobre esta foto veio da amiga e colega do Caiubi Hilda Borges, emérita percussionista de maracatu: "Sua intimidade com a caixa é 'amazing', 'astonishing'!"



Participei também de eventos promovidos pelo Centro de Memória do Circo, onde, ao violão, toquei pela primeira vez com a acordeonista Lívia Mattos, o cantor de boleros argentino radicado no Brasil Turibio Fortes (!muy bueno!) e, vejam só, a coordenadora de tais eventos, Verônica Tamaoki, que cantou um pedacinho de “O Circo” de Sidney Miller (“vai, vai, vai começar a brincadeira”) e mostrou muito potencial como cantora.


Outra honra foi participar de um evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo, a convite de André Furkin e da já quase famosa Vera Mendes, a quem acompanhei; um instante desse momento está na foto abaixo. Nesse mesmo evento dei uma canja com a cantora Rubi Lins, acompanhando-a em “Ando Meio Desligado” – essa Mauricio Ruella perdeu, rerrê. 



Lembrarei também BigNel Manoel Corrêa, agora morando em Olinda e que em 2014 acompanhei num de seus raros shows em Sampa. E, além da honra de colaborar com o Conjunto João Rubinato na pesquisa e resgate da obra de Adoniran Barbosa, produzi algumas de suas gravações – nada menos que as primeiras do grupo! – e ainda participei de uma de suas apresentações (foi no belo Espaço Cachuêra, no bairro das Perdizes - ficou parecendo verso de Adoniran), “intruso bem-vindo” ao contrabaixo elétrico e também num divertido debate sobre o Bardo do Bixiga com Sergio Rubinato, sobrinho de Adoniran e assessor em muitos de seus shows, e Celso de Campos Jr., autor de Adoniran, Uma Biografia, livro que faz uma bela dupla com meu Adoniran: Dá Licença De Contar.


Não esquecerei de registrar um show da ARBanda, a banda do Arquivo do Rock Brasileiro (e que lidero além do quase famoso TONQ e minha carreira-solo), no lançamento do já citado livro, Breve História Do Rock Brasileiro.

Por falar em rock brasileiro, neste milênio tenho aparecido por aí tocando principalmente violão e contrabaixo (usando meu cavaquinho “walkman” dos anos 1990 somente em gravações), mas em 2014 voltei ao instrumento com que comecei a tocar em bandas: guitarra-base, num belo show de anos 1960/1970 que reuniu nada menos que metade da lendária banda The Beatniks: o guitarrista-solo Bogô (com quem tenho tocado em outros grupos desde os anos 1980) e o contrabaixista Cláudio Morgado, além da cantora Cecilia Ramadas, o cantor José Gaspar Ramos e o baterista Batata da Vila Mariana (que conheci em seu estúdio quando fui visitar um ensaio de Tom Zé nos anos 1980 e com quem eu mal sabia que iria tocar numa festa no milênio seguinte).


FALA QUE ALGUÉM TE ESCUTA

Sim, este ano teve para mim uma relativa novidade. Famoso por muita coisa boa exceto falar em público, fui convidado a participar de alguns debates-palestras, “desafios”que encarei falando o mais pausadamente que me foi possível, e me saí bem. Tais eventos incluíram dois debates sobre rock brasileiro na Faculdade Belas Artes, ao lado de (ver foto abaixo) Guilherme Bryan, Silvio Essinger, Regina Echeverria e o mencionado Gerson Conrad, além de Toni C. e Alex Antunes; o debate sobre Adoniran que mencionei mais acima; e uma palestra sobre música e circo, junto à também mencionada Verônica Tamaoki, no Centro de Memória do Circo.


Tem mais: em 2013 eu, também poeta, já havia feito minha “estréia mundial” como recitador, nos saraus Poemas À Flor Da Pele e o Sopa de Letrinhas do Caiubi, mas sempre paralelamente às funções de compositor e músico; agora em 2014 compareci apenas como poeta num dos saraus da Casa das Rosas, além de recitar mais alguns versos no Caiubi de sempre.

Em 2014 falei também por intermédio de gravatas berrantes. Sim, no meio do ano iniciei uma segunda fase engravatada (a primeira foi nos anos 1990), numa brincadeira-a-sério que parece estar fazendo sucesso – e nunca pensei que um dia eu iria arrematar tantas gravatas e camisas sociais quanto discos e livros numa mesma compra de brechó...

COMO É QUE É O NEGÓCIO?

Desde já esquentando as turbinas e microfones para as comemorações de seu trigésimo aniversário agora em 2015, o Rádio Matraca (programa de humor, música e informação produzido e apresentado por mim, Laert Sarrumor e Alcione Sanna, todo sábado às 17h na USP FM, 93,7 MHz ou na internet, para quem ainda não sabia) recebeu em 2014 personalidades convidadas ilustres como Fábio Stella (na foto abaixo), o já mencionado Guilherme Bryan (co-autor de Teletema, primeiro e belo livro sobre as trilhas musicais das telenovelas brasílicas), Pedro Mariano, Anelis Assumpção e a banda Cracker Blues, além de apresentar programas especiais sobre artistas que merecem a melhor atenção como Carole King, Sergio Endrigo, Victor Young e temas como os palhaços cantores brasileiros e os 50 anos da canção “O Calhambeque”.


VITROLA, MINHA VITROLA

Em 2014 conheci algums/algumas artistas novas para mim, como as cantoras Anelis Assumpção, Cecilia Arellano e Ilana Volcov e o rapper Gaspar Z’África Brasil, além de receber uma bela pilha de discos independentes. Quem disse que a música brasileira acabou ou se resume só ao que toca nas grandes emissoras de rádio e TV? E recebi tantos discos independentes bons desse ano que resolvi fazer algumas micro-resenhas neste blog. Os nomes, além dos citados, incluem Givly Simons, Ligiana Costa, Luciana d’Ávila, Os Marchistas, Marlene Souza Lima, Meno Del Picchia, Novanguarda, Pedrão Neto, Pitomba, Rodrigo Bragança, Os Sertões e Trio Improvisado, além de celebridades veteranaças como os mencionados Gereba e Guca Domenico, Leticia Coura e Tavito. E não tem problema se um ou outro destes CDs saiu até dois ou três anos antes, pois, como sempre digo, nunca é tarde para independentes. (Mas bem que a maioria dos e das artistas poderia ajudar um pouco mencionando data de lançamento, ou pelo menos gravação, nos CDs e/ou embalagens...)

CANÇÕES DE ETERNAS DESPEDIDAS

Em 2014 a Parca se serviu sem moderação; as baixas musicais incluem Bobby Womack, Charlie Haden, Don Everly, Ian McLagan, Jack Bruce, Joe Cocker, Johnny Winter, Manitas de Plata, Paco De Lucia, Pete Seeger, Riz Ortolani, Roy Cicala e, no Brasil, Clemilda, Dino Franco, Hélcio Milito, Jair Rodrigues, Marcio dos Vips, Marly Marley, Miltinho, Nelson Ned, Nonato Buzar e Vange Leonel. E houve perdas que senti mais por estarem mais perto: o tradutor Frank Barbosa (nosso querido "Frank, Mr. Shank"), o guitarrista Hélcio Aguirra (mestre do hard rock e integrante das bandas Golpe de Estado e Harppia), o radialista, guitarrista e compositor Lizoel Costa (primeira baixa do Língua de Trapo), a cantora, compositora e jornalista Lúcia Helena Corrêa (de cuja banda fui integrante e cujo único disco saiu em 2013), o cantor e compositor Madan (um dos precursores do que se tornaria o Clube Caiubi) e o artista plástico e compositor Roberto Campadello (nos anos 1980 e 1990 proprietário do Espaço Persona, onde trabalhei como músico, produtor e professor de violão, enfim, praticamente morei lá durante cinco anos).

Pena foi também a vida curta do bar Confraria, bela tentativa de ser um Caiubi moocano mas que mal teve tempo de acolher pessoas como eu e Tato Fischer em shows e canjas; segue abaixo um flagrante, ao lado de Silvio Zuccolato e Juliano Mendes (um deles com meu famoso contrabaixo "Pingo").


Lembremos ainda o lamentável e desnecessário fechamento do Orkut, cuja praticidade de armazenamento e pesquisa está longe de ser igualada pelo Facebook - menos mal que eu participe de bons grupos facebookianos como Empoeirados Do Rock e Brazil By Music.

...E ADEUS, ANO ETERNO

Mas, tirando esse último item, 2014 foi, como dizia Rod McKuen via Sinatra, um ano muito bom, e meu único motivo de queixa quanto ao número 14 é o limite de faixas nos CDs que muitas grandes gravadoras brasileiras ainda insistem em praticar... E vamos lá, que este ano Quinze seja de fazer honra a Raquel de Queiroz!

(Sim, tudo isso aconteceu em Sampa, em 2014 fui mais "árvore" do que nunca e não saí da Grande São Paulo, mas este ano pretendo viajar mais fora de casa, já estou pronto com violão e mochila cheia de gravatas.)