Thursday, October 20, 2005

UMA PARÓDIA TITÂNICA

Há pouco tempo fiz uma boa entrevista com Nando Reis sobre o uso de óculos para a revista 20/20. E aqui vai uma pequena homenagem a seu antigo grupo sobre o assunto.

ARMAÇÕES E LENTES
(CORAÇÕES E MENTES)

Sérgio Britto
Marcelo Frommer
Paródia de Ayrton Mugnaini Jr.

É tanta coisa que acontece
Inevitáveis acidentes
Vivo perdendo ou espatifando
Armações e lentes
É tanta coisa que acontece
É muito azar, é distração
Meus óculos vivem fugindo
Não lembro onde deixei, não
Eu não tenho paz, mas que amolação
Eu não suporto mais a falta de visão
Só os óculos me ajudam a ver minha situação
Pra combater a miopia, astigmatismo e ambliopia
Sempre uso diferentes armações e lentes
Prefiro lente escura
Mas à noite eu não posso dirigir
Miopia tem cura
Mas a minha é muito grande pra sumir
Armação fina não dura
Armações e lentes, elegância e visão
Não consigo ver de longe,
Vejo tudo tão embaçado.
A óptica fez tudo errado,
Fui azarado, mas que dó
Hoje eu vou lá e reclamo
As lentes não podem ser convexas.

MANDANDO BALA

Nenhum assunto, por mais sério que seja, está imune a pelo menos um pouco de humor - ainda mais no Brasil. Pois bem, aqui vai uma parodiazinha sobre a concesssão exclusiva da venda de armas a muambeiros.

BALA OU NÃO BALA?
(BALA COM BALA)
João Bosco
Aldir Blanc
Paródia de Ayrton Mugnaini Jr.

O rádio fala
A TV espalha
O assunto não falha
Só se fala em bala
É o referendo chegando
Gritando
Um lado chora
O outro lado implora
Discussão aflora
Vai ter voto agora
O povo tem que ir votando
Manso
A gente esquece sempre que é melhor ter consciência
Mostrar que não se brinca com revólver
Com tanto acidente é melhor ter coerência
E proibir também os “automóver”

Tuesday, October 18, 2005

E VOLTA A SEMPRE JOVEM CHIQUINHA GONZAGA

Boa lembrança a do pessoal da Rádio Rio de Janeiro, para cujo programa Mulher Brasileira dei uma entrevista nesta segunda-feira, 17 de outubro, sobre meu novo livro, A Jovem Chiquinha Gonzaga (editora Nova Alexandria): agendaram de modo a coincidir com o aniversário dela. Pois bem, aqui vai uma pequena amostra de algumas de suas pérolas. A primeira é o maxixe "Corta-Jaca", um dos primeiros discos brasileiros, de 1902.

Pepa Delgado e Mário Pinheiro - Corta-Jaca

http://rapidshare.de/files/6445799/12_-_Pepa_Delgado_e_M_rio_Pinheiro_-_Corta_Jaca_1_.mp3.html

Mais intimista e lírica é a canção "Lua Branca", clássico da seresta, gravada por Gastão Formenti em 1929.

Gastão Formenti - Lua Branca

http://rapidshare.de/files/6447074/23_-_Lua_Branca.mp3.html

Imagine um cordão carnavalesco invadindo a redação de um jornal. É a intenção desta brincadeira de 1905, incluindo a primeira gravação de "Abre Alas" com letra.

Eduardo Das Neves, Mário Pinheiro e Nozinho - Cordão Carnavalesco

http://rapidshare.de/files/6448082/15_-_Edaurdo_Dos_Neves__M_rio_Pinheiro_e_Nozinho_-_Cord_o_Carnavalesco.mp3.html

Aproveitando o mote da proposta para um Dia do Saci em contraponto com o colonizado Halloween, aqui vai "Saci-Pererê", cateretê gravado em 1906, embora o simpático personagem apareça somente no título.

Os Geraldos - Saci-Pererê

http://rapidshare.de/files/6450969/14_-_Os_Geraldos_-_Saci_Perer_.mp3.html

Foi colocando música neste poema do português Eduardo Fernandes que em 1899 Chiquinha seduziu seu último marido, nativo da Santa Terrinha e radicado no Rio.

Delfina Victor - Fado Dos Desejos

http://rapidshare.de/files/6452202/12_-_Delfina_Victor_-_Fado_Dos_Desejos.mp3.html

Como todo grande compositor brasileiro, Chiquinha contribuiu para a música sertaneja; esta canção é da opereta homônima, com libreto de Francisco Sodré - e primeira peça brasileira "posta em música por uma mulher", confome a publicidade da época, 1885. Esta gravação é de 1902, e a ainda hoje misteriosa "Senhorita Odette" é nada menos que a primeira mulher a gravar um disco no Brasil.

Senhorita Odette - Corte Na Roça

http://rapidshare.de/files/6453139/01_-_Senhorita_Odette_-_Corte_Na_Ro_a.mp3.html

Nos anos 1970 Rosemary, artista da segunda geração do rock brasileiro, começou a abandonar o pop-rock aos poucos; uma amostra é esta sua gravação de "Corta-Jaca", com letra revisada pelo autor da original, Luiz Peixoto; esta gravação é de 1970 e vale pelo menos pela curiosidade.

Rosemary - Corta-Jaca

http://rapidshare.de/files/6440130/29_-_Rosemary_-_Corta-Jaca.mp3.html

Para quem não sabe, o clássico da toada "Casa De Caboclo", de Luiz Peixoto e Henrique Vogeler, lançado por Gastão Formenti em 1928, é baseado na canção "Bela Rosa" de Chiquinha, editada por volta de 1878. Aqui está uma paródia do impagável Zé Fidélis, de fins dos anos 1950.

Zé Fidélis - Casa De Português (Casa De Caboclo)

http://rapidshare.de/files/6463111/Z__Fid_lis_-_Casa_De_Portugu_s__Casa_De_Caboclo_.mp3.html

Sunday, October 16, 2005

...E AINDA VAMOS POR AÍ

Uma singela homenagem a Luís Carlos Sá, que neste 15 de outubro completa nada aparentes 60 anos de vida - além de estar completando 40 anos de carreira. Para começar, seu primeiro disco: "Inaiá", composição dele mesmo, gravação de 1965.

Luís Carlos Sá - Inaiá

http://rapidshare.de/files/6268731/24_-_Lu_s_Carlos_S__-_Inai_.mp3.html

Sá vai indo muito bem com sua carreira três-em-um, ótima como exemplo para ensinar a teoria dos conjuntos: ele sozinho - embora mais que bissexto - , contido na dupla com Guarabyra, por sua vez continda no trio Sá, Rodrix & Guarabyra. Vamos aproveitar e lembrar algumas raridades de todos.

Para começar, a mais antiga gravação de Gutemberg Guarabyra que conheço: "Margarida", aquela do Terceiro Festival da MPB de 1967, composição dele mesmo baseada na cantiga de roda "Apareceu a Margarida" (e comentada na marchinha "Apareceu A Margarida" do sempre atento João Roberto Kelly: "A noite era da Carolina/mas foi a Margarida/que entrou de sola").

Gutemberg_Guarabyra_e_Grupo_Manifesto_-_Margarida

http://rapidshare.de/files/6253912/01_-_Gutemberg_Guarabyra_e_Grupo_Manifesto_-_Margarida.mp3.html

E esta é a primeira gravação do cidadão que ainda atendia por José Rodrigues: "Glória", um maxixe dele mesmo - que, a exemplo de Chico Buarque, sabe ser antigo e moderno ao mesmo tempo - , como integrante do Momento4uatro (onde também encontramos Maurício Maestro), em 1967 (pensaste que este ano foi só "Alegria, Alegria" e Sgt. Pepper's?)

Momento4uatro - Glória

http://rapidshare.de/files/6463850/21_-_Momento4uatro_-_Gl_ria.mp3.html

Uma raridade da dupla Sá & Guarabyra: o jingle da campanha "Mexa-Se", de 1974, lançada em compacto pela Continental (o outro lado é "Xote Correntino", do LP Cadernos De Viagem). Detalhe: tanto Sá quanto Guarabyra me disseram que nem sabiam que a música havia sido lançada comercialmente.

Sá & Guarabyra - Mexa-Se

http://rapidshare.de/files/6254065/06_-_S____Guarabyra_-_Mexa-Se.mp3.html

Para terminar por enquanto, dose dupla de Sá, Rodrix & Guarabyra. Uma é "João Corisco", tema da telenovela Jerônimo, O Herói Do Sertão, de 1972. A outra é "Vamos Por Aí", ao vivo no Festival de Juiz de Fora, também de 1972 (canção regravada pela dupla nos anos 1990).

Sá, Rodrix & Guarabyra - João Corisco

http://rapidshare.de/files/6253736/08_-_S___Rodrix___Guarabyra_-_Jo_o_Corisco.mp3.html

Sá, Rodrix & Guarabyra - Vamos Por Aí

http://rapidshare.de/files/6268442/07_-_S___Rodrix___Guarabyra_-_Vamos_Por_A_.mp3.html

Friday, October 14, 2005

ADEUS SÓ EM TÍTULO DE CANÇÃO

Acabo de ser informado de que Miriam Makeba, a "Imperatriz da Canção Africana" e primeiro artista do país a alcançar sucesso mundial, anunciou estar fazendo sua última excursão, aos 73 anos de idade. Espero que ela dê uma de Sylvio Caldas, ou seja, quebre a promessa e ainda cante pelo mundo por muito tempo ainda. Por enquanto, vamos lembrar uma sua gravação de 1968, de nada menos que uma canção brasileira: o clássico do baião "Adeus, Maria Fulô", de Sivuca - diretor musical de Makeba na época, inclusive arranjador do megahit "Pata Pata" - em parceria com Humberto Teixeira. Detalhe: Makeba canta em português - e o resultado geral é ainda mais curioso que a gravação dos Mutantes desta mesma música em seu primeiro LP, também de 1968.

Miriam Makeba - Adeus, Maria Fulô

http://rapidshare.de/files/6253370/26_-_Miriam_Makeba_-_Adeus__Maria_Ful_.mp3.html

Monday, October 10, 2005

AMOSTRA ATEMPORAL

Para ninguém dizer que este blog mais parece boletim necrológico, vamos falar de alguém muito vivo, inclusive aniversariante de agora, 11 de outubro, o mestre Tom Zé. Aqui vão duas de suas gravações mais raras, que aguardam reedição, ambas de compactos da antiga Continental (alô ,alô, Charles Gavin). Uma é "Quem Não Pode Se Tchaikovski", lado-B de "Augusta, Angélica e Consolação" (1973) e parceria com Odair Cabeça de Poeta sobre um motivo do compositor russo. A outra é "Conto De Fraldas", do próprio Tom Zé, gravada por ele em dupla com Tiago Araripe (viva o Papa Poluição!) em 1974 e que foi regravada no século 21 pelo grupo mineiro Tianastácia e mais tarde pelo próprio Tom Zé.

Tom Zé - Quem Não Pode Se Tchaikovski

http://rapidshare.de/files/6117602/01_-_TZ_Quem_N_o_Pode_Se_Tchaikovski.mp3.html

Tom Zé e Tiago Araripe - Conto De Fraldas

http://rapidshare.de/files/6118140/13_-_TZ_Conto_De_Fraldas.mp3.html

E VIVA O CARNAVAL!

No país do Carnaval em todos os sentidos, onde inclusive tudo se carnavaliza, é bom lembrarmos de um dos últimos grandes carnavalescos: Clóvis Bornay, falecido ontem aos 89 anos. Lembraremos também que ele gravou pelo menos um disco carnavalesco, e de sucesso: a marcha "Paz E Amor", mais uma composição do grande João Roberto Kelly (em parceria com Toninho) e um dos maiores êxitos momescos de 1972.

Clovis Bornay - Paz E Amor

http://rapidshare.de/files/6112919/31_-_Clovis_Bornay_-_Paz_E_Amor.mp3.html

Thursday, October 06, 2005

A NOT-SO-SWEET TUESDAY MORNING

Os fãs da banda inglesa Badfinger que entendam inglês hão de compreender o título desta postagem: foi na manhã de 4 de outubro, terça-feira, que o baterista do grupo, Mike Gibbins, faleceu de causas naturais, durante o sono, aos 55 anos - pelo menos ele teve fim menos trágico que o de outros dois integrantes do Badfinger, Peter Ham e Tom Evans.

Mike Gibbins (ou Gibbons, conforme algumas capas de discos do Badfinger) saiu do grupo após o suicídio de Pete Ham em 1975, mas não abandonou a carreira musical de vez; por exemplo, tocou bateria em "It's A Heartache", sucesso mundial da cantora Bonnie Tyler.

Vamos lembrar algumas das composições de Mike Gibbins gravadas pelo Badfinger, a balada "It Had To Be" (1970) e o country "Your So Fine" (1974). E, para terminar de forma positiva, um tema "pra cima" até no título, "Better Days", composição de Tom Evans com o guitarrista Joey Molland - agora último sobrevivente da formação original do Badfinger - , ao vivo na BBC em 1972.

Badfinger - It Had To Be

http://rapidshare.de/files/5954817/09_-_Badfinger_-_It_Had_To_Be.mp3.html

Badfinger - Your So Fine

http://rapidshare.de/files/5954906/07_-_Badfinger_-_Your_So_Fine.mp3.html

Badfinger - Better Days

http://rapidshare.de/files/5955967/01_-_Badfinger_-_Better_Days.mp3.html

Monday, October 03, 2005

É A MAIOR! É A MAIOR!

Mais um grande nome da MPB que parecia eterno partiu para a eternidade: a cantora Emilinha Borba, aos 81 anos. Vamos lembrar aqui dois de seus maiores sucessos - sucessos tamanhos que hoje pouca gente boa se lembra de terem sido lançados por ela: "Mulata Iê-Iê-Iê" ("mulata bossa-nova/caiu no hully-gully/e só dá ela..."), de João Roberto Kelly, talvez o maior êxito do Carnaval de 1965, e a belíssima marcha-rancho "O Primeiro Clarim" ("quero ser ninguém na multidão" - como se ela conseguisse), de Klecius Caldas e Rutinaldo, do Carnaval de 1970. De quebra, como curiosidade a propósito destes 40 anos da Jovem Guarda, a marcha "Na Brasa Do Iê-Iê-Iê", composta por Jota Jr. e Oldemar Magalhães para o Carnaval de 1966.

Emilinha Borba - O Primeiro Clarim

http://s38.yousendit.com/d.aspx?id=05M43RN58G2ZF1X0X9J5KO29CS

Emilinha Borba - Mulata Iê-Iê-Iê

http://rapidshare.de/files/5845417/04_-_Emilinha_Borba_-_Mulata_I_-I_-I_.mp3.html

Emilinha Borba - Na Brasa Do Iê-Iê-Iê

http://rapidshare.de/files/5845865/Emilinha_Borba_-_Na_Brasa_Do_Ie-Ie-Ie.mp3.html